segunda-feira, maio 5

Repensar

Quanta impetuosidade aquele sujeito me passara ao reivindicar seus direitos de amor. Direitos, aliás, que o próprio desconhecia e foi reivindicá-los por mesquinharia. Por parecer ser o melhor. Por achar que quem tinha perdido mais era eu. Perdi. Muito.
Mas quem mais correria por ele quando precisasse? Quem chamaria os ventos quando ele sentisse calor? Quem seguraria firme o assento do balanço para que ele não sentisse medo? Quem adoçaria com calma seu café... e sentaria ao seu lado, acariciando-lhe os cabelos à frente da televisão? Quem sonharia por ele tantas noites um sonho leve, e clamaria pela liberdade ao raiar de cada dia?
Subi no alto daquela montanha, onde tantas vezes reverenciei o nascer do sol e naquela tarde o via descer e se por no meu horizonte. Senti a brisa fira do cair da noite e desejei alguém que me acariciasse os cabelos, também; desejei alguém, com quem eu pudesse compartilhar meus sonhos longíquos; desejei alguém que me amaciasse os pés...
Descobri que aquele sujeito... impetuoso, arrogante, contundente... me amara da forma mais doce como jamais amara alguém.

Jollie, início de outono de um ano perdido

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