Não era para ser o último adeus, embora eu não houvesse notado. Um ar de admiração abatia-lhe o rosto. Postado frente a mim, percebo uma lágrima discreta...e assusto:"o que houve...?" E uma resposta seca interrompe a minha inquietude: "nada, excesso de claridade".
Aquele silêncio era necessário? Hesitamos. Descobri que só a intimidade suporta a presença do silêncio com naturalidade e nós não éramos íntios até ali. Virei-lhe as costas e me servi de um pouco de café. Ele, seguiu-me os passos. Silenciosos, observávamos a fumaça se esvaindo pela sala. Aos poucos o silêncio se tornara o próprio ambiente.... Esse mesmo, cheio de nadas. A campainha do telefone dele assustou-nos. Rimos cheios de graça e timidez.
Ele olha e fala: "hora de ir....", "tá tarde". Sorri: "amanhã você almoça comigo"?
Como eram bons aqueles beijos de despedida....
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