sexta-feira, maio 5

De cá e de lá

Desse ponto eu avisto tua vida acontecendo.
E ela corre livre, independente de mim,
E eu não me permito mais ultrapassar esse limite.

Do lado de cá, vislumbro o dia nascendo por entre seus dedos.
E acho maravilhoso o jeito que você se liberta de suas dores
E pecebo que olha de longe e sabe que eu estou aqui.

Daí, você às vezes se esonde e pula de sobresalto para ser notado.
Daqui, eu finjo normalidade, mas vibro com sua atenção.
Daí, você grita e percebe assustado...
Que daqui eu me fecho e peço perdão.

Aos poucos daqui, parece mais longe.
Mas puxo a distância para perto de mim.
Eu trago você sem mais em um instante
E faço você perceber-se em mim.



Juliana Junqueira, numa tarde de maio de 2006

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