Agosto, 13. Sexta-Feira

Dizem que é o número do azar, essa data, a sorte do avesso. Mas não sei se posso confirmar, por coisas que acontecem comigo, que esse dia é significativo de coisas ruins. Fui descobrindo, desde criança, que eu não entortaria se 'caísse na água' depois de comer, que gatos pretos em nosso caminho são tão ameaçadores quanto os brancos, que passar embaixo de uma escada não traz nada de mal. Sei que se deixar o chinelo virado pra baixo, ninguém morre e que vassouras atrás da porta não levam as pessoas chatas para longe. Descobri, com o passar de tempo, que nossas sortes somos nós quem as lançamos. E como às vezes é bom tornarmos outros, brincando com o futuro, transformando o presente.

Sobre amuletos, não há o que dizer. Não podem, como objetos inanimados nos influenciar como dizem. Mas podem representar uma força que às vezes não queremos perceber que é nossa própria ação. Uma pessoa que amo muito carregava sempre perto do coração uma noz moscada! Discreta, mas sempre ali. Eu não sabia pra que servia, mas de vez em quando me pego sugerindo: e se eu tivesse minha noz moscada? Acaba que tenho sempre amuletos que me fazem perceber a realidade de forma crua. No filme A Origem, existem os tótens, que fazem com que os personagens acreditem que o que vivenciam não seja sonho. Se um dia eu tiver um amuleto ou tóten será para lembra que... ah! vou sempre esquecer em alguma bolsa. Isso não funciona comigo.

Sobre superstição... todas brincam de alguma forma, com alguém? Superstição, não é mais do que achar que o mundo gira e age em torno do que somos. Como controlar o resultado de um jogo com uma camisa que EU uso? Vai... tudo é como uma resposta para o fracasso, assim como as mentiras, as religiões, as brigas, os desentendimentos, etc, etc. Sempre respeitando aqueles que acreditam. Só não queiram me convencer que isso funciona! Por que, conforme já falava Voltaire, posso até não concordar com o que você diz, mas sempre defenderei, até a morte, o seu direito de dizer.

Boas festas de terror. :)